DANÇA DAS CADEIRAS
Com apenas três construtores no plantel das equipas oficiais do WRC, as vagas para pilotos titulares ao volante dos portentosos Rally1 continuam muito limitadas e desta forma não há grandes mexidas para a nova época.
O maior destaque vai para a saída de Adrien Fourmaux da M-Sport para a Hyundai. O piloto francês, navegado por Alexandre Coria, irá tripular o terceiro i20 Rally1 oficial na totalidade do calendário, secundando as duplas Thierry Neuville / Martijn Whydaeghe e Ott Tanak / Martin Jarveoja.
Do lado da Toyota, o plantel mantém-se estável da época passada para o presente ano.
Elfyn Evans / Scott Martin e Takamoto Katsuta / Aaron Johnston terão novamente como companheira a tempo inteiro a dupla Kalle Rovanpera / Jonne Haltunen, enquanto Sebastien Ogier e Vincent Landais voltam a integrar a formação japonesa com um programa parcial de provas.
Depois da estreia nos Rally1 em 2024, Sami Pajari dá agora o maior salto da sua carreira ao disputar o seu primeiro Mundial completo no escalão máximo dos ralis. O jovem piloto finlandês tripulará o quinto carro da marca nipónica, tendo agora a seu lado o também finlandês Marko Salminen.
Do lado da M-Sport, este será mais um ano sofrido. Sem budget para acompanhar as marcas rivais, a equipa inglesa irá manter Gregoire Munster e Louis Loukka num dos Puma Rally1 oficiais, sendo esta época secundados pelos estreantes Joshua McErlean e Eoin Treacy, eles que transitam da WRC2 para o pináculo dos ralis pela primeira vez.
A juntar-se às duplas titulares, irão surgir em programas parciais o veterano Jourdain Serderidis e o jovem prodígio letão Martins Sesks, que estará em 6 rondas do WRC com o Puma construído pela M-Sport.
Na WRC2, dos nomes mais sonantes o destaque vai para a passagem de Oliver Solberg para a Toyota, disputando agora o campeonato com um Yaris Rally2. Também Nikolai Gryazin irá mudar de cores, deixando a Citroen para regressar à Toksport, equipa pela qual irá pilotar o bem sucedido Skoda Fabia RS Rally2.
Do lado da Citroen, Yohan Rossel continuará a defender a marca francesa tendo agora como companheiro de equipa o seu irmão Leo Rossel. Ambos estarão ao volante dos competitivos Citroen C3 Rally2.
ADEUS AO SISTEMA HIBRIDO
Visando melhorar a acessibilidade, economia e o desempenho dos carros, preservando ao mesmo tempo a espetacularidade, foi aprovada a remoção dos sistemas híbridos para os carros da categoria Rally1 em 2025, estando agora o foco nos combustíveis 100% sustentáveis.
Os Rally1 pesarão 1180 kg (em vez de 1260 kg) e além disso, o tamanho do restritor de ar será ajustado de 36 mm para 35 mm para manter uma relação peso-potência equivalente à dos modelos anteriores (380 CV).
Segundo os responsáveis da FIA, esta medida vem de encontro à necessidade de contenção de custos através da simplificação tecnológica dos veículos, bem como da utilização de combustíveis sustentáveis sem nunca se perder a espetacularidade própria da competição.
A NOVA ERA HANKOOK
A empresa líder mundial de pneus Hankook Tire fornecerá exclusivamente pneus para todas as categorias durante os próximos três anos, começando com o Rali de Monte Carlo, que abre a temporada de 2025.
Depois do domínio por vários anos da Michelin, e da Pirelli nos anos de 2021 a 2024, será agora a vez do construtor Sul-Coreano se estrear no WRC, sendo uma das poucas marcas a apoiar dois dos cinco principais campeonatos mundiais da FIA, incluindo o Campeonato Mundial de Fórmula E da FIA, a principal série de corridas de veículos elétricos.
O acordo para fornecer exclusivamente pneus WRC foi assinado na sede da Hankook’s Technoplex na Coreia do Sul em novembro de 2024.
SISTEMA DE PONTUAÇÕES REFORMULADO
O Mundial de Ralis de 2025 terá um renovado sistema de pontuação, que vem substituir o controverso sistema utilizado em 2024.
Assim, a partir do Rali de Monte-Carlo em janeiro, os pontos atribuídos na classificação geral ao final de cada rali seguirão uma escala simplificada: 25-17-15-12-10-8-6-4-2-1, recompensando os 10 primeiros classificados. Ao contrário de 2024, não serão atribuídos pontos com base na posição de sábado dos pilotos.
Quem enfrentar contratempos iniciais ainda terá a oportunidade de marcar pontos cruciais no Super Domingo, com as cinco equipas mais rápidas ao longo de todo o domingo a receberem pontos adicionais (5-4-3-2-1). Entretanto, a icónica Wolf Power Stage mantém-se inalterada, oferecendo uma última oportunidade para as equipas mais rápidas garantirem até cinco pontos de bónus (5-4-3-2-1) na última especial do rali.
Segundo a FIA, estas atualizações significam que estarão em jogo um máximo de 35 pontos em cada rali (um aumento em relação aos 30 do sistema anterior), colocando uma maior ênfase na vitória absoluta, mas mantendo oportunidades de recuperação e estratégia.
ENTRADAS E SAÍDAS
O calendário de 2025 traz algumas mexidas com a saída de algumas, provas, o regresso de outras e a estreia de novos países.
Relativamente a 2024, este ano ficam de fora a Croácia, a Polónia e a Letónia. O Rali da Grécia é antecipado para Junho sendo agora a sétima ronda do WRC num calendário que vê regressar o Rali da Estónia.
Entre as novidades, estreia absoluta para o Rali das Canárias, com o asfalto de Las Palmas de Grand Canária a receber a 4ª prova do Mundial. Também em estreia absoluta está o Rali do Paraguai, que se disputa no final de Agosto, emparelhando com o “vizinho” Chile.
O calendário deste ano estende-se por mais uma prova em relação à época passada, com a Arábia Saudita a assumir o encerramento da temporada em Novembro.
MONTECARLO A ABRIR
O Campeonato do Mundo de Ralis 2025 arranca já na próxima 4ª feira com o mítico Rali de Montecarlo, disputado nos incríveis e gelados troços dos Alpes Marítimos ao redor do Mónaco.
O shakedown será o primeiro “embate” oficial da época mas o cronómetro começa a contar na 5ª feira com a disputa das 3 primeiras classificativas ao cair da noite, prolongando-se a competição até domingo quando, com a disputa da Power Stage no histórico “La Bollene – Vesubie / Peira – Cava” e a sua passagem pelo Col du Turini, será encontrado o primeiro vencedor de 2025.